30.7.07

Hoje é dia de partir. Destino: Paraíso


Ainda há lugares assim, onde a internet é apenas recordação de outra vida. Este blog regressará dentro de 6 dias. Mais leve, mais bronzeado, e com as costas mais doridas. Até já!

27.7.07

A notícia que ninguém, mas mesmo ninguém, esperava:

Couceiro demitido (por unanimidade).

Ficou realmente surpreendido? Então suponho que seja o próprio. Nesse caso, siga este link.

Sobre a fé (em registo pouco sério)

O ateu



uma freira que já acreditou mais



e um filho de Satã apaixonado



numa discussão em formato Youtube.

P.S. - Ignorem a qualidade musical (ou a falta dela).

P.S. 2 - Músicas: Covers de Let Down de Radiohead e Oh, l'amour de Erasure

Mais um ou dois jogos amigáveis assim...

...e Quaresma sai do Porto. E o Veloso que não se lembre de começar já a brilhar. Só lá mais para Setembro, quando as hordas de garimpeiros tiverem abandonado a margem sul do Tejo.

26.7.07

Parece que Beto, essa ex-glória leonina, vai voltar a Alvalade

(Calma, calma, guardem lá os archotes e não se assustem: é para jogar com a camisola do Recreativo de Huelva)

Tenho com Beto, e já agora com Sá Pinto, uma relação que gostaria de chamar amor-ódio, mas que na verdade está bem longe disso. Amor-ódio aplica-se a Figo, por exemplo, e vivo bem assim. Pelo menos é qualquer coisa significante. Mas em relação aqueles dois não há qualquer espaço, por mais ínfimo que seja, para o amor (salvo seja) ou para o ódio. Repulsa talvez se aplique melhor. Não quero que estejam perto, mas se estiverem longe são-me perfeitamente indiferentes. Beto foi aquele outrora promissor jogador que se deixou acomodar a partir do momento que se tornou figura do clube. Beijar o emblema, acenar para as claques, ser o primeiro a rosnar aos árbitros e ficar muito, muito chateado quando se perde, tudo isso faz parte. Mas nunca se pode desistir de tentar evoluir o seu jogo ou de querer ganhar títulos. Acabou por sair sem que ninguém chorasse por ele. Sá Pinto, por seu lado, foi um homem raivoso e mal amordaçado que cometeu a proeza de acabar a carreira em Alvalade com duas estúpidas expulsões. Triste, deplorável até, fim. Nunca percebeu que ter garra não é o mesmo que simular uma trip de anfetaminas. Ficará muito bem a liderar a Juve Leo e Beto até pode ser o gajo responsável pelas bandeirinhas. Mas não consigo imaginar que estes dois se possam tornar símbolos para a posteridade de um clube que teve os Cinco Violinos. O Livramento. O Agostinho. O Carlos Lopes e muitos mais. Que terá Paulo Bento, Moutinho e Miguel Veloso*. Que teve e tem tantos símbolos que superariam com facilidade os de todos os outros clubes portugueses somados. E que teve também inúmeras pessoas como o meu avô que, apesar de muito pobre, não deixou de comprar um saco de cimento para ajudar à construção do velhinho Alvalade - sim, este é o momento de apelar à lágrima. O Sporting, a última coisa de que precisa, é de registar Beto e Sá Pinto no seu livro de extraordinárias memórias.

Ao Beto, quando lhe perguntaram se apertaria a mão a Paulo Bento neste regresso:

Eu aperto a mão a toda a gente. Têm de fazer essa pergunta é a ele: será que ele me vai apertar a mão?


Eu, se fosse Paulo Bento, não só lhe apertaria a mão como lhe desejaria as maiores e mais sinceras felicidades para qualquer experiência longe de Alvalade. Melhor ainda, que fosse para o Benfica.

* Para o ano acrescento o Adrien Silva.

Estou a 30 quilómetros do Seixal...

...e posso jurar que consigo ouvir Fernando Santos a chorar.

A Marca, sobre Simão: De la inagotable cantera del Sporting de Lisboa salió uno de los jugadores más exquisitos que ha dado el fútbol luso en los últimos tiempos.

Fixem bem a primeira parte da frase.

25.7.07

Consultório Musical (música para fazer muitos bebés)


Bjork - Vespertine
Há quem prefira as dores do Homogenic, o movimento de Debut, ou o experimentalismo de Medulla, e há também quem prefira os outros. Eu gosto muito de quase todos, mas este deixa-me fora de mim e vou guardá-lo até sofrer de disfunção eréctil.

Consultório Musical (para um coração despedaçado)



Bjork - So Broken (Live at Jools Holland)

Dela, dizem que se ama ou se odeia, a mim deixa-me os pêlos eriçados. Li há algum tempo, no Y do Público, que Bjork tem mais sensualidade na ponta do nariz do que muitas mulheres no seu todo (ou algo parecido). Julgo que a frase peca apenas por não ser suficientemente elogiosa. Há algo naquele jeitinho dela, naquela aparente fragilidade... She's a naughty girl, disse em tempos Thom Yorke, e olhem que ele sabia do que estava a falar.

24.7.07

Lá na Academia temos melhor



Rhain Davis, puto de 9 (sim, nove) anos que o Man Utd acabou de contratar, quase tão bom como Adrien Silva naquela idade.

Agora que este blog entrou em férias...

...e o tempo dedicado à lanzeira excede largamente as 24 horas de um dia, tenho tido oportunidade de ajustar contas com a leitura cor de rosa. Pessoas intelectualmente mais susceptíveis olharão para uma revista destas e sentirão algo como um Prado Coelho a ler um livro traduzido. O asco transformar-se-á em fobia e provavelmente nunca lhe chegarão a tocar, mas a verdade é que não sabem o que perdem. O mundo do jet-set (ahah) português é uma fonte de incrível criatividade. Vejam só que às vezes até se lembram de fazer uma festa do Branco, e vão todos vestidos de branco - excepto um wannabe que aparece de amarelo -, depois decidem fazer uma festa do Cor de rosa, e vão todos vestidos de cor de rosa - excepto o Carlos Xavier -, e depois decidem fazer uma festa da parvoíce, e são todos parvos - mas essa é uma constante. Além disso, a possibilidade de dizer as maiores alarvidades é infidável - coisa que muito invejo. Só numa revista assim se pode ler algo como eu e o Pachichi de Vasconcellos somos muito chegados a uma semana do divórcio, ou eu nunca fiz bicos ao barão Von Bromsky com os lábios ainda molhados - sim, isto era para baixar o nível. Aquilo é uma espécie de telenovela - talvez mais pornochachada, expressão muito em voga há anos atrás - mas ligeiramente mais afastada da realidade. Por vezes até se conseguem atingir níveis de profundidade de pensamento semelhantes aos momentos finais de cada episódio da Páginas da Vida* do tipo acho que esta separação mudou a minha vida, mas no dia seguinte lá estará esse alguém aos beijos com um novo alguém, que no fundo não são ninguém porque ali ninguém é ninguém - apenas fingem que sim e alguém acredita. Depois existe sempre uma página da mais reles cusquice, escrita anonimamente por Carlos Castro, Claúdio Ramos, ou Maya - as costureiras de serviço - onde os membros da comunidade têm oportunidade de mandar bocas entre si aparentemente subtis, mas apenas venenosas e pouco inteligentes. Testemunhar isto consegue ser melhor que escarafunchar alguns blogs mais intelectuais, que embora façam o mesmo não têm fotografias a dizer Rita Andrade tem um novo peito. Ler uma revista da cor da camisola do Benfica também não é diferente de ir ao circo ou ao zoológico: por muito mau que seja vemos sempre uma palhaçada ou uma macacada que nos faz rir - a grande vantagem é que a revista faz melhor companhia, e tem outras utilizações, na casa de banho.

* (cusquice) Fui só eu que lá vi o Miguel Vale de Almeida?

22.7.07

Esqueçam a publicidade...

...mas não as cores berrantes - uma combinação assim não pode ser ignorada. Que diria Luís Freitas Lobo sobre estes sinalizadores de posição em campo? Provavelmente nada, mas eu faço questão de dizer: posso afirmar sem receio que Bruno e B. também gostariam de ter uns assim - senti-o em cada olhar -, e como os entendo. Passes milimétricos, remates ao ângulo - a curta e longa distância -, e um controlo de bola digno de um Ronaldinho, Messi ou Ronaldo, tudo isso é possível. Com estes não há qualquer hipótese de encontrar uma desculpa. Tomara não me sentir como uma falsa Cinderella quando com eles jogo.

P.S. 1 - Falcão ligou-me. Queria uns iguais.

P.S. 2 - Ricardinho também. Mandei-o à merda.

O sol, às vezes, gosta de se esconder ali




Cerveja, cerveja...

...cerveja, litros dela. E também vinho, algum. E Whiskey. No dia seguinta, guronsan. Este blog das horas vagas - que em verdade são todas - entrou, passe a redundância, em período de férias.

17.7.07

Roma. Segunda temporada. Último episódio. Se não viram, azar da pilinha (ou Fé vs Conhecimento)

Marco António e Lúcio Voreno gloriosamente embriagados, antecipando o fim próximo:

(...)

MA - Acreditas na vida eterna?

LV - Claro!

MA - Há quem diga que isso não existe, que só temos este tempo aqui...

(pausa meditativa)

LV - Quem diz isso?

MA - Sei lá! Homens sábios... Gregos, provavelmente.

LV - Gregos?! Os Gregos só dizem merda! Que se fodam os Gregos!

MA - Sim, que se fodam!

(e brindam)



P.S. - Pode não parecer (e não parece mesmo), mas asseguro-vos que foi imperdível.

14.7.07

Aviso: Este blog vai entrar na política. Salve-se quem puder

Estava eu descansadinho, de rabo bem colado ao sofá, a praticar o zapping de rotina, quando vejo no telejornal – esse pasquim televisivo - uma notícia sobre as eleições em Lisboa. A minha primeira reacção foi VÃO HAVER ELEIÇÕES EM LISBOA?!?! acompanhada de um imperceptível esgar de espanto, mas logo de seguida voltei a bocejar e a coçar displicentemente o espaço existente entre as virilhas. Confesso, vibro tanto com a política como com as reposições dos programas do Júlio Isidro na RTP Memória. Mais, acho que vejo a coisa como os Morangos com Açucar: o guião é péssimo, os actores pior que merdosos, e por isso nada mais resta a não ser apreciar a paisagem. Ora, como na política só há uma Joana Amaral Dias e esta pouco aparece e nos MCA o cast feminino – refiro-me apenas às maiores de 18, a PJ que não se dê ao trabalho – é renovado a cada seis meses, a escolha é demasiado fácil. O problema é que, como qualquer gato pingado que abra um blog, tenho sido altamente pressionado pelos vários quadrantes políticos para participar na discussão e assumir uma posição sobre estas eleições. Para dizer a verdade, nem sequer voto em Lisboa. Na minúscula terra onde (não) voto, nunca chego a conhecer os candidatos, mas apercebo-me que ganham sempre os que equipam de vermelho, foice e martelo – julgo até que alguém deveria investigar para ver se não há ali marosca. No entanto, como não quero desiludir ninguém e ando à procura de um tacho para rapar, resolvi aceitar o desafio. Informei-me sobredotadamente em cinco minutos sobre o assunto e aqui vai:

Começo por dizer que não votaria no António Costa. Estou a ler o 1984 – sim, eu leio coisas desinteressantes nos intervalos do Record – e ando um pouco paranóico com a possibilidade de concentração de poder num só partido.

Não votaria também no Negrão. Pergunto até: porque é que alguém votaria no Negrão? O homem foi a quarta escolha do partido responsável por tudo isto, sendo que só se lembraram dele depois do – Deus nos acuda - Fernando Pinipon Seara. É preciso dizer mais alguma coisa?

Helena Roseta, nem pensar. Para além de Roseta ser a expressão brasileira para Botão-de-Rosa, algo que não é bom de se imaginar com a Helena, essa coisa de ir contra os partidos depois de se fazer parte da mobília não me entra na cabeça.

O mesmo se aplica a Carmona e acrescento aqui uma preocupação (pouco) sincera com o seu estado de saúde. O homem acredita que faz parte das suas funções andar de BTT e tal, mas aquilo, como se viu, é demasiado perigoso para a sua integridade física e eu não gosto de ver ninguém sofrer, com excepção do Carrilho – não podia deixar de agradecer ao ex-presidente, esse híbrido de Augusto Santos Silva e Prum Face (do Dick Tracy), o prazer que foi aquela humilhação pública do Manuel Maria.

Também não votaria no Rúben de Carvalho. Já estive em Cuba em trabalho de espionagem para a CIA e preferia que me largassem na savana africana todo nú e enrolado em suculentos bifes de vaca a votar em alguém que apoiasse o regime de Fidel. Além disso, sinto sempre vontade de me vingar de todo o Marx que fui obrigado a ler.

Sá Fernandes sai caro, é chato e demagógico até mais não, e nunca me conformaria em aceitar lições de moral de alguém que fuma mais charros do que eu – sim, não é por acaso que o homem precisa de 2348 assessores para carburar.

O Telmo Correia provou nesta campanha que tem um talento inato para lavar paredes e eu acho que se deve sempre aproveitar qualquer talento que a natureza nos dá. Como está difícil ser eleito para vereador, basta esperar um pouco e pedir uma cunha para técnico de superfície. Aconselho também a audição contínua de Muda de Vida, do mestre Variações.

Garcia Pereira mete tanto medo que me impede de fechar a pestana, parece-me que vai acender um rastilho a qualquer momento e mandar tudo pelos ares. Até tremo!

O Câmara Pereira é inofensivo, mas ficava melhor a cantar Lisboa Não Sejas Francesa embrulhado numa capa vermelha no Campo Pequeno em dia de tourada.

Quanto ao outro Zé que faz falta - o proto-Hitler - acho que faz mais falta na Buraca, empunhando um cartaz com uma suástica num concerto dos Irmãos Verdades. Ou então nos chuveiros de uma qualquer prisão americana.

Esqueci-me de alguém? Provavelmente. Os candidatos – como os actores dos MCA – são mais que as mães, mas isso agora é completamente irrelevante. Se votasse em Lisboa, o que faria era desenhar apressadamente uma cruz no quadradinho que dissesse Eu só quero é fugir daqui!


P.S. - Esqueci-me do Manuel Monteiro? Mas quem é o Manuel Monteiro?

12.7.07

Querido diário:

Acordei com a notícia de que Ricardo assinara pelo Vitória de Setúbal de Espanha e Stojkovic pelo Orlando Pirates de Portugal. Dizem que um é o contrário do outro, no que às qualidades de guarda-redes diz respeito. Que frangos serão menos dolorosos de sofrer, aqueles que resultam de cruzamentos mal interceptados, ou os que se seguem a um tosco passe para o adversário? Com esta dúvida metafísica começou o meu dia.

Pouco depois li uma notícia que me fez perceber que Tello, apesar de ter saído por sua vontade do Sporting, não conseguiu suportar a dor da partida. Vai daí toca a embebedar-se com o Contreras - outro deprimido pela mesma causa -, a juntar umas meninas, a virar um hotel de pantanas, e toma lá 20 jogos de suspensão de ressaca. Apreciei a ironia, esqueci por momentos a dúvida, e o meu dia melhorou.

Mais tarde li que Pepe, ao assinar pelo Real e num momento de asswipping com objectivo de integração, apontou Casillas como uma das suas referências. Casillas respondeu dizendo que não conhecia o Pepe. Tive pena do rapaz, mas não deixei de esboçar um sorriso trocista. Fiquei bem disposto.

Já de noite, perguntei a um amigo meu, também sportinguista de religião, o que achava do Stojkovic. Resposta: é pá, já te digo, tenho de ir cagar. Mas disse tudo: a metafísica é coisa que não tem resposta. E assim acabei o dia na merda.

Vou-me deitar. Amanhã chega o Purovic.

10.7.07

Oh Bento, não queres rever essas notas de pré-época?

É que tive a infelicidade de ver jogar o Paulo Renato, mais que uma vez, e estou com medo. Muito medo.

P.S. – Quanto a Pereirinha, estou com feeling de que vai ser melhor que o Porfírio e o Poejo juntos - o que já chega para superar muita da Coentrada que anda por aí.

Couceiro

O Bruno já desancou mais um bocadinho no homem. Eu, como boa pessoa que sou, não quero ir por aí. A sério. Ok, é mentira. Mas para dizer a verdade, verdadinha, até simpatizava com o Zé Peyroteo - é assim que o trato nos comícios de FM. Só que um dia ele chegou ao Porto e tive de passar a gostar menos. Depois saiu do Porto e passei a gostar ainda mais, mas para mim é muito fácil gostar de quem não tem sucesso no FCP ou no SLB. Por exemplo: o Rentería é o meu ponta-de-lança de eleição desde Van Basten, e o Beto, ex-Benfica, é o meu jogador preferido de sempre pós-Stoichkov - e poderia enunciar outros nomes ad infinitum (e esta adenda foi só para poder usar ad infinitum numa frase). O problema é que Couceiro, apesar de nada ter ganho, ficou com o SPFCP (Síndrome de Passagem pelo FCP), que se caracteriza por uma atitude estupidamente arrogante, por aquela ideia conspirativa de que lutam sempre contra tudo e contra todos (excepto os árbitros) e de que nada de mau acontece por culpa deles. Jesualdo, que era o maior panhonha do futebol português, já sofre do mesmo mal e acrescentou-lhe os árbitros, pelo que ao SPFCP teremos de acrescentar PAP (Pós-Apito Dourado) – em breve escreverei uma tese sobre o assunto. Quanto a Couceiro, nada me impressiona mais do que o seu orgulho inabalável em frente ao banco enquanto as suas selecções adolescentes são estilhaçadas no campo: o homem brilha por todo o lado, é a cabeça levantada, são os olhos semi-cerrados, o corpo hirto como uma estátua, o esboço de sorriso maroto e confiante, tudo na direcção das câmaras, como quem diz já me estão a tramar, mas eu sou mais forte e melhor que tudo isto. Depois chegam as conferências e parece que se viu outro jogo: os seus jogadores continuam a ser extraordinários e a sua equipa merecia ter ido mais longe, mas não deixaram - entretanto vamos ouvindo um ou outro jogador que não perdeu a noção da realidade dizer que jogaram mal, que erraram aqui e ali, ou seja, que viu o mesmo jogo que todos os outros. A imprensa, justificadamente, cai-lhe em cima como se não houvesse amanhã. Couceiro - com pouca imaginação e sem vontade de olhar para o espelho para ver algo mais para além da sua impecável figura - defender-se-á mais uma vez dizendo que é fácil criticar quando não se percebe do jogo. Algo me diz que está apenas à distância entre Portugal e Chile de aprender a lição.

Começo por uma notícia pouco fresca...

...mas que ainda não cheira mal: o Boavista contratou Kifuta, jogador de futuro promissor (dizem eles) visto que passou pelas camadas jovens do Sporting. Pois eu digo desde já que não verão nenhum trocadilho nos desportivos do género Ki Puta de jogador. Como se diz numa linda terra de fábricas abandonadas, edifícios decadentes e altas taxas de desemprego e toxicodependência – mas com boas praias – não basta nadar no Sado para se ser Sadino. Podem emprestá-lo desde já ao União de Lamas.

Já passaram sete dias...

...desde os Arcade Fire. Calma, calma, não se ponham já a procurar pornografia na net, este não é mais um post sobre essa banda fenomenal. Confesso que após o concerto me senti como um miúdo dos anos 80 a quem tinham dado um daqueles chupa-chupas de Badajoz: embriagado de felicidade, a vida pareceu-me mais bonita, cheia de sonhos e esperança no futuro – no caso dos chupas, de encontrar um camião cheio deles. Entretanto, decorrida que está uma semana, tempo mais que suficiente, já me passaram a vontade e a crença de mudar o mundo – onde é que tinha a cabeça? - e os meus níveis de ócio e estupidificação recuperaram os valores habituais. Posso afirmar convictamente: sinto-me tão alienado como antes. Ora, como a minha vida gira em roda de cinco ou seis coisas apenas, sendo que duas ou três delas não interessam para aqui, e que de outras duas não me apetece falar, eis que só me resta o futebol para sustentar as minhas convicções. Atentem aos posts seguintes.

8.7.07

Num hipermercado perto de si

Dildo orgânico, marca (ou qualidade?) Latina. Vende-se ao quilo, setenta e poucos cêntimos cada. Strap-on vendido separadamente.

5.7.07

Música de elevador?



P.S. - Está encerrado este capítulo.

Mas afinal, depois de tanto post ilustrativo, o que é que os Arcade Fire (e já agora o Sete Palmos de Terra) têm de especial?

Depois dos incontáveis - leia-se inexistentes - pedidos, achei que devia tentar explicar o porquê de tanta euforia com a melhor banda do século XXI e do XX se por lá tivesse andado. Estarei a exagerar? Talvez, mas não creio. Nas primeiras horas de uma quarta-feira, dia quatro de Julho do ano dois mil e sete, D.C., algumas almas - as que estão por dentro do fenómeno e todas as outras que presenciaram o concerto - terão sentido qualquer coisa entre um orgasmo universal e a descoberta do sentido da vida. Estarei a exagerar? Ok, talvez um pouco, mas andou lá perto. Segundo me diz MA ao telefone, é já lugar comum associar os Arcade Fire a uma celebração, a uma comunhão com a vida, enfim, a uma experiência quase religiosa. Para quem os ouve como se esperasse algo assim desde que começou a ouvir música - que é, acredito, o que se passa em larga escala - é impossível fugir disso. Não se deixem enganar, não se trata de uma celebração meramente festiva, nula em conteúdo, para isso vamos ao bailarico da terra e tudo bem, o pessoal diverte-se, volta para casa, e amanhã é outro dia, que por sua vez é igual a tantos outros. A maior parte das diversões é assim, talvez para se manter a possível sanidade mental. Mas os Arcade Fire - e aqui traço o paralelismo com a série Sete Palmos de Terra - não fogem das amarguras da vida, não as escondem, não as ignoram, nem se limitam a enumerá-las à distância como uma sequência de notícias de telejornal, antes absorvem-nas como podem e seguem em frente, num processo de constante reconstrução a partir das cinzas. Na sequência da dor, vê-se que há ali uma enorme vontade de viver, não propriamente num sentido anárquico, hedonista, ou simplesmente despreocupado - disso já houve exemplos artísticos mais que suficientes -, mas antes uma vontade que custará o que tiver de custar e que é em grande parte erigida sobre as pessoas que já não (lhes) existem - seja na realidade dos músicos ou na ficção das personagens da série. Faz todo o sentido que assim seja: talvez só o testemunhar de tal efemeridade tenha a capacidade de nos despertar para qualquer coisa significante. Nestes dois casos, na pior das hipóteses, fica-se com uma sensação de esperança para todos nós, os que existem e os que estão por existir. Consegue-se acreditar em algo de melhor, seja lá o que isso for - e aqui entra a parte quase religiosa.
Ao assistir a um concerto, é óbvio que não se pára entre as músicas para pensar nisto. Esse é o momento da tal comunhão, entre uma plateia que de alguma forma se identifica com os artistas, através da sua música, e os próprios artistas que, mais do que identificarem fiéis, encontram alguém com quem partilhar o que lhes é valioso. A euforia colectiva que daí resulta é o expoente máximo de toda a experiência. É mais tarde, assente que está a poeira, que tudo isto fica. E isso já quer dizer muito.

P.S. - Só mais uma youtubada e prometo acabar com posts sobre os Arcade Fire.

4.7.07

Ena pá, ena pá, ena pá, ena pá, ena pá, ena pá, ena pá!


Ainda me custa a acreditar que estive lá. Grande, grande concerto!

P.S. - Obrigado ao pessoal que pôs de lado um pouco da entrega que o espectáculo exigia para poder partilhá-lo no Youtube.

3.7.07

Se estes gajos não são the real thing



então é tudo muito bem encenado. Para mim, já me chega.

Não, não é uma nova série do Sete Palmos de Terra


São os Arcade Fire e já só faltam nove horas para começar. Acho que larguei uma gotinha.

2.7.07

Anti-heroína?

Via bitaites, chega-nos Mika Brzezinski, co-apresentadora do Morning Joe, da MSNBC, e corajosa jornalista que se recusou a abrir um noticiário com a libertação de Paris Hilton, apesar de forte oposição e tentativa de ridicularização por parte dos seus dois colegas:



O estilo pode ser um pouco delirante, mas ainda assim não deixa de ser uma lufada de ar fresco.