30.6.07

Já não me ria assim...

...desde que experimentei aquele cigarrinho para rir na adolescência - a sério mãe, a sério pai, foi só daquela vez. O benfica, que existe para nos divertir, contratou Stretanovic, ou qualquer novic assim, jovem defesa central de um metro e noventa e tal que vem de um clube da segunda divisão sérvia, ou qualquer érvia assim. Acho que está na altura de dizer aos iluminados olheiros encarnados que estão a levar demasiado a sério, de uma maneira retorcida, a história de prospecção de mercado além-fronteiras. Compreendo a necessidade de procurar lá fora - já estamos fartos de saber que os jovens talentos portugueses vivem todos em harmonia numa terra encantada a sul do tejo onde o benfica não poderá nunca entrar - mas...segunda divisão sérvia? Acho que isto merece que abra uma honrosa excepção na minha santa vidinha - mãe, pai, juro que é só mais esta vez.

Se o Sporting contratar alguém parecido, não é para rir, ok? É para se apreciar a visão estratégica, sem discussão.

29.6.07

Fui raptado por extraterrestres...

...mas já voltei. Está tudo bem, obrigado. Depois de 10 penosos dias divididos entre dissecar o record, jogar afincadamente FM, rever integralmente - com intervalos para limpar a lagrimazita e tudo - a primeira e segunda série do Sete Palmos de Terra (Não escreverás o nome desta obra-prima em letras pequenas), e falar ocasionalmente com outros seres num compartimento fechado, apenas me sinto - por esta ordem - mais estupidificado, mais Paulo Bento, mais humano, e mais desejoso de contacto social em qualquer espaço ao ar livre. Venham daí os Arcade Fire - e aplico aqui o mandamento anterior. Mais posts em breve, assim que conseguir despertar os poucos neurónios que me restam.

22.6.07

Assim não dá

Ainda estou com os dedos cobertos de tinta de escrever um post quase engraçado sobre a nova coqueluche dos diários desportivos, e já o Benfica - com aquela mania de ser o maior em tudo - contratou um Burgess(i)o.

21.6.07

Ainda agora o defeso vai no início...

...e já está encontrada a nova coqueluche dos jornais desportivos. Chama-se – preparem-se – Mrdakovic e é o novo ponta de lança do Vitória de Guimarães. Depois do já cansativo Que “lucho” de jogador, ou do mais arrojado N’Doye nada perder assim, criativos de Record preparam desde já os habituais trocadilhos:

M(e)rda a mais para o Porto em nova derrota dos azuis e brancos.

Três baldes de M(e)rda afundam Benfica na 10ª posição.

Golo de M(e)rda insuficiente para causar mossa a bebés de Bento.

Mas que M(e)rda de jogador.

Benfica está interessado em M(e)rda.

Porto rouba M(e)rda ao Benfica.

Na linha de grandes avançados leoninos...

...como Ivo Damas, Ouattara, Missé-Missé, Cáceres, Cesar Ramirez, Kirovski, Nalitzis, Mota e Koke – nomes que teimosamente perduram na memória independentemente do esforço que se faz para esquecer e que todos juntos marcaram menos golos que Nuno Gomes numa má época –, eis que chega Derlei, homem de meia-idade cuja principal característica é jogar com os cotovelos ao nível dos ombros.

Ainda assim, estou como o b.

20.6.07

É impressão minha ou alguém carregou no botão grande e vermelho?

Depois do fim anunciado, alarmes ecoam por todo o lado. Atitudes são tomadas em desespero: a roupa de Liliana Aguiar encolhe, a ganga passa a cetim, os planos de corpo inteiro multiplicam-se, há dancinhas pseudo-sedutoras, pseudo-rídiculas, a torto e a direito. Até parece que estou a ouvir:

...6...

5...

4...

3...

2...

1...

0.

19.6.07

Num comentário ao post anterior...

...Bruno disse:

Essa táctica é para o FM2007 e pode ser partilhada? Dava-me jeito outra táctica; estou com dificuldades em implementar um 442 ofensivo no Benfica.

O professor Ocioso tem todo o prazer em responder:

A táctica é do FM 2007, mas já a tenho usado desde 2005 com bastante sucesso, embora só agora tenha deixado de fazer batota. Em relação ao Benfica, pode ajudar bastante, mas também não faz milagres (desculpa, não resisti). De qualquer maneira, e para nenhum dos (agora 5) leitores dizer que faço bluff, aqui vai, em leve detalhe:

três defesas centrais: além das características essenciais para a posição, têm de ser mais rápidos que o normal, mentalidade bastante defensiva e pressão baixa.

dois trincos: boa capacidade de desarme, marcação, passe, etc., e pelo menos um com boa capacidade de cabeceamento (para ajudar nos cantos defensivos). Este jogará com mentalidade um pouco defensiva, pressão um pouco abaixo do normal e em marcação homem a homem (normalmente apanha o MAC da outra equipa). Ou seja, é mais para destruir. O outro deve ter mais capacidade de fazer jogo, mas também tem de ser relativamente bom defensivamente. Pressão acima do normal, mentalidade ligeiramente atacante (imagina o joão moutinho a cumprir este lugar).

dois médios sobre a linha de meio campo, um encostado à esquerda e outro à direita, setas a apontar para a posição imediatamente acima: aqui uso extremos, com boa capacidade de finta, cruzamentos, criatividade, instinto, sem bola, e rápidos, claro. Não são nada fáceis de descobrir a bom preço. Mentalidade a 3/4 e pressão máxima. Correr com bola em bastante.

médio ofensivo: posição 10 clássica. Finta, criatividade, instinto, sem bola, passe e primeiro toque, e tudo o que de melhor conseguires encontrar para um nº 10. Mentalidade a 3/4 e pressão máxima. Correr com bola em bastante.

dois atacantes: características óbvias, sendo que aqui uso um com mais finta e velocidade e outro com melhor cabeceamento, uma espécie de nuno gomes e brian deane. Pressão e mentalidade máximas.

Uso sempre defesa à zona, excepto naquele trinco. Este usa-o sempre como outro defesa nos cantos e livres. Lançamentos laterais sempre efectuados pelos extremos, senão arriscas-te a ter um central a sair da posição. Define todas aquelas merdinhas que te pedem nas team instructions. Usa sempre jogadores com atributos mentais fortes, sendo que os defesas e trincos têm de ter muita concentração, e daí para a frente muito sem bola e criatividade; aos pontas de lança deves acrescentar compostura e instinto.

Se expliquei em demasia, desculpa - é só show-off. Se expliquei na medida certa, ainda há esperança para ti e para o Benfica. Se não fazes ideia do que estou a dizer, então esquece o FM e agarra-te ao pro evolution - embora este também tenha muito que se lhe diga.

Esta foi a última vez que tentei ajudar alguém do outro lado da 2ª circular em questões de futebol.

P.S. 1 - então bento, já percebeste?

P.S. 2 - então b., já estás com vontade?


Portanto, 30 menos 5, depois menos 10, esperem um pouco, ora, vamos lá ver... andará à volta de, se não estou em erro...

Carlos Azenha, que, para quem não sabe, é adjunto do adjunto de Baía no FC Porto, até pode desenhar uma táctica melhor que a minha no FM – jogo num 3-2-2-1-2 afinado como um relógio suiço, o que convenceu Paulo Bento, após esclarecedora conversa comigo, a tentar aplicá-la na época que se avizinha – mas fazer contas, mesmo das mais fáceis, não é para ele. Tudo bem, compreende-se e a mais não é obrigado, afinal só tem de pôr os pinos nos circuitos de treino desenhados por Jesualdo (após benção de Baía), recolher as toalhas molhadas do banho e ficar fechado no cacifo do Quaresma quando os jogadores se aborrecem. Mas dizer - em mais uma entrevista encomendada pelo FCP ao Jogo para tentar justificar que não era Baía o treinador - que Anderson rendeu financeiramente mais (desportivamente é outra conversa) ao Porto do que Nani ao Sporting, é pior que calcular o PIB à la Guterres. Oh adjunto-adjunto, é que neste caso nem em valores absolutos nem em valores relativos Anderson rendeu mais. Não sei se deveria explicar, já que a cabecinha é para se exercitar, mas aqui vai: Anderson custou ao Porto à volta de 10 milhões por 83% passe e foi vendido na totalidade por 30 milhões, 5 deles para o fundo de investimento que detinha 17% e 25 para o Porto. Ou seja, em termos absolutos rendeu 15 milhões, em relativos 2,5 vezes o que o Porto pagou por ele. Nani foi comprado ao Real Massamá por alguns equipamentos novos e bolas de futebol e foi vendido por 25,5 milhões. Agora vá lá buscar o ábaco ao baú e tente tirar as suas conclusões – para não ficar a patinar numa incógnita, digamos que as bolas e o equipamento custaram 100 mil euros, ou seja, 0,1 milhões. No caso de já ter percebido a coisa, então experimente este

“O Carlos Azenha tem (hipoteticamente) o dobro da idade que eu tinha, quando ele tinha a idade que eu tenho. Quando eu tiver a idade que ele tem, a soma das nossas idade será 81. Qual a idade actual de um e de outro?”

embora esteja desconfiado que a sua solução me fará o mais velho desta equação.

Já tenho uma lágrima no canto do olho só de pensar nisto

É das coisas que mais me fascina no tele-lixo nacional, produto de que sou ávido consumidor: a capacidade que o apresentador do Só Visto, Daniel Oliveira, o maior asswiper (qualquer coisa como “limpador de rabos”) do universo, tem para pôr qualquer convidada a chorar. Desde o “és linda, Merche, tu és linda”, enquanto a ex de Ronaldo chorava desalmadamente para a câmara (é asswiper, mas não é nada burro), que o homem vem refinando a coisa. Fátima Lopes, a apresentadora, passou por lá há pouco e a meio da conversa já estava a pedir lencinhos para a choradeira que se anunciava. Tudo bem, aquilo até pode ter o seu quê de ensaiado, mas o homem chega sempre lá e cada vez mais rápido. Imagino que, acabadas as gravações, Daniel tenha dado um longo abraço à sua convidada, com festinha nas costas e tudo, que por sua vez se deve ter despedido, emocionada, com um “obrigada por tudo”, e ambos terão ficado de combinar um qualquer almoço ou jantar em que o rapaz já não terá de praticar tão nobre arte - a não ser que lhe interesse convidá-la outra vez. Daniel Oliveira faz-me lembrar aqueles meninos que na escola eram uns amores para os professores na esperança de melhor nota, mas incrivelmente detestados pelos demais colegas que lhes topavam o jogo. É preciso que as estrelas entrevistadas tenham egos do tamanho do mundo e/ou cérebros do tamanho de uma ervilha para acreditarem que o limpador de cús se sente igualmente fascinado por todos eles, semana após semana, entrevista após entrevista. Oh Daniel, tens noção de que, por esta altura, já deves estar totalmente coberto de tão fascinante merda?

P.S. – estou a brincar Daniel, tu és mesmo fantástico. Acredita no que te digo!

Se ontem não postei nada...


...muito se deve a esta série. Se forem daquelas pessoas que gostam de rever a história, mas nem por isso de pegar nos livros - categoria formada para me poder incluir - isto é o ideal. Aqui há obviamente ficção, e muito boa, mas inserida num contexto de quase total rigor histórico. Se tiverem dúvidas, consultem
isto, isto, isto e ainda isto, e comparem o que houver para comparar. As personagens – das mais ficcionadas, como Titus Pullo e Lucius Vorenus, às mais documentadas – são-nos apresentadas de forma provavelmente mais credível do que em muitas outras séries, filmes e/ou livros de história: como a série se centra nas personagens e nas relações entre si antes dos factos, aquelas são definidas primeiramente, e em exercício continuado, enquanto pessoas – o que não deixa de ser especulativo, mas bastante mais interessante do que a habitual imagem polida –, sendo que o peso histórico que carregam, sem ser desprezado, não se sobrepõe. Tecnicamente perfeita, com óptimos actores e guião fantástico, avisa-se desde já que tem bastante violência, sangue, e moralmente não dá, nem pretende dar, lições a ninguém (pode mesmo chocar algumas mentes mais sensíveis) – ou seja, é uma grande, grande série. Neste momento já vai no 4º ou 5º episódio da segunda série, passa 2ª às 23h e repete sexta lá para a 1 da manhã, mas melhor mesmo é ver desde o início.

18.6.07

Consultório Musical (sonho de um disco de Verão)


Já sem John Cale, este é o mais levezinho dos Velvet e é delicioso. Se estiverem ridiculamente apaixonados, tomem especial atenção a "I found a reason". Caso contrário, não há crise. Só a "Sweet Nuthin'" já valeria pelo álbum todo.

No seguimento do post anterior...

...quero apenas avisar que a partir de agora vou deixar de falar a sério sobre futebol e vou passar a ser ligeiramente tendencioso.

17.6.07

Depois deste livre engavetado por Miguel V. na baliza holandesa...




...o meu sono nunca mais foi o mesmo. São 3 horas para tentar adormecer, 2 que demoro a recuperar do sobressalto ao acordar, e as 10 míseras horas pelo meio, o que para qualquer ocioso que se preze não serve nem para levantar da cama. Daí ter decidido firmemente que permanecerei na horizontal até acabar este defeso, à falta de outras desculpas, para não ter de me erguer, percorrer os 5 penosos metros até à sala, ligar a televisão e ver que o pesadelo se tornou realidade. Depois do europeu sub-21 já toda a gente percebeu que os grandes clubes da europa têm como prioridade máxima de aquisição um jovem que venha da fábrica de Alcochete - podem até ser escolhidos aleatoriamente que nisto de produção em série estamos como os alemães: é sempre fiável e de qualidade excepcional - e mais 3 ou 4 jogadores medianos (tipo Kaká, Schevchenko e assim) se o dinheiro sobrar. Ora, sabendo que a prioridade da SAD é abater o passivo e não investir no futebol, arriscamo-nos a começar a época completamente saneados em termos de finanças, mas com um misto de Toranzos e Diogos Amados (se não sabem quem é este, não são verdadeiros Leões), depois de nos levarem todos os juniores já promovidos a seniores, mais os de 1º e 2º ano que ainda estão a ser regados. É uma espécie de reedição da política de Zidanes e Pavónes, mas em que os Pavónes, apesar de borbulhentos, são bastante melhores que os Zidanes, e embora ainda dê para espetar 3 ou 4 secos a Porto e Benfica, pode não ser suficiente para fazer o famoso treble - coisa em que apostaria de olhos fechados se conseguíssemos manter o trinco com mais classe no planeta futebolístico depois de Redondo, bem como o “líder carismático” (único jogador assim designado no Football Manager) Moutinho. Como começo a ver a coisa cada vez mais difícil, para o ano largo o Record, assino o jornal Sporting e mudo-me de vez para Alcochete, uma espécie de Terra do Nunca onde a magia existirá sempre nos pés das escolinhas e dos iniciados. Já me estou a ver a aplaudir os golos do Peter Caraballo (se não sabem quem é...)

16.6.07

A esperança é azul e branca

Os meus amigos portistas, ou seja, o bruno, podem estar descansados e voltar a acreditar. O Porto acaba de assegurar aquele que é, segundo o Football Manager (que raramente se engana nestas coisas), o digno sucessor de Anderson. Chama-se Leandro Lima, tem 19 anos e só custou 1,5 milhões. No meu jogo, contratei-o para o Sporting com 18 anos e aos 20 já não pude resistir a uma oferta do Barcelona (onde é que já vi este filme?), e agora nada me resta a não ser tentar descobrir outra pérola enquanto o vejo brilhar - estatisticamente, é certo - por esse mundo fora. Para os agarrados ao FM como eu, e especialmente para os dirigentes do Sporting (depois não digam que não avisei), experimentem contratar um tal de (não se riam) Federico Laurito, ponta-de-lança adolescente do, se não estou em erro, Génova. A crer no quase sempre fidedigno FM, é a next big thing dos pontas-de-lança, embora ponha a hipótese de ser como o saudoso Maxim Tsigalko ou o ainda mais refundido Sigporsson. Os fãs saberão do que estou a falar!

Se alguém puder despender uma horita da sua vida...


...para ouvir de seguida o último disco desta menina, verá que valeu a pena. Joanna Newsom conseguiu fazer, aos 24 anos e apenas à segunda tentativa, o que muitos artistas de culto não conseguem ao fim de uma carreira: um disco verdadeiramente excepcional. Até originalidade, coisa que nos dias de hoje só costuma haver de forma completamente descabida na produção artística, está lá. Nunca soube descrever música, duvido muito que venha a saber, e portanto não vou arriscar fazê-lo. O melhor mesmo é dar uma oportunidade a este talento verdadeiramente precoce. Caso não conheçam o disco, chama-se Ys e esta é a sua capa:



o pior que pode acontecer é detestá-lo. Nesse caso, não se assustem. O João Pedro Pais e a Mafalda Veiga voltaram a editar, em conjunto. Salve-se quem puder.
P.S. - Agentes de Paulo Gonzo e Beto já estão em negociações para desenvolver um projecto semelhante.

Nos antípodas de Victoria "Bacon"...


...está esta jovem senhora. Foi esta a foto escolhida, mas poderia ter sido qualquer outra. Scarlett bem que poderia estar a cumprir as suas necessidades fisiológicas (não se esforcem por imaginar isto), que mais depressa nos derreteria os corações do que Victoria, em qualquer situação, nos faria tremer as pernas.

Quando se pensava que o índice máximo de parolice já tinha sido atingido por esta mulher, eis que...






...ela decide presentear-nos com um novo look dominatrix/executiva em plena eleição para mulher do ano da revista Glamour, que - alguém consegue explicar isto? - ganhou! A mulher bem que experimenta tudo, que nada lhe fica bem. Não vale a pena falar da cabeça incrivelmente desproporcional em relação ao corpo, estilo boneca Barbie, isso é culpa da mãe natureza. Agora aquele ar constantemente enjoado do vómito bulímico, o cabelo intratável, os quilos de base no rosto, as mamas cirurgicamente desenhadas para apontar a lua, a perna a tender para o invisível e o crónico mau gosto para vestir e calçar (já vi sapatos mais bonitos em filmes porno), já não têm cura. Mais, tragicamente tendem a piorar. A desgraça de Victoria é que, por muito que tenha investido para ser uma celebridade bonita e glamourosa, por mais encornanço que suporte para não deixar de ser quem é, será sempre o seu despreocupado marido o mais estiloso dos dois. A grande lição que a vida acabará por lhe dar, como dá a todas as pessoas que ambicionam este tipo de coisas, é que quando se trata de beleza e/ou classe, à mulher de César não basta parecê-lo. Considerações elitistas à parte, há que sê-lo, também. Atente o inexistente leitor ao post seguinte.

15.6.07

Crítica? Concerteza, mas só se for informada

Bem sei que a notícia futebolística mais importante do dia é a OPA que Joe Berardo - o homem que vai a todas - decidiu lançar ao Benfica "para ajudar o Luís Filipe Vieira". Mas a notícia que mais me prendeu a atenção foi a reacção de José Couceiro às críticas que lhe foram endereçadas pela comunicação social após a derrota com a Holanda. Numa daquelas tiradas suicidas que alguns protagonistas do futebol indígena insistem em, passe a redundância, "tirar", Couceiro disse que "há todo o direito à crítica, mas para isso é bom que se saiba do jogo". Não vou abrir aqui nenhum debate sobre a maior ou menor validade de qualquer crítica, isso é para os blogues a sério. Vou apenas lembrar que desde que Ricardo, após um lance em que esteve obviamente mal num porto-sporting, se justificou com "isso são questões técnicas que vocês (jornalistas) não compreendem", nunca mais voltou a cair no goto da imprensa desportiva. Nem este ano, em que fez uma das melhores, se não a melhor, épocas da sua carreira, esteve no top-10 do Record - o único jornal sério deste país - para os melhores guarda-redes da Liga Buíne (como diz o calado-sou-um-poeta Valentim). Couceiro seguirá, inevitavelmente, o mesmo caminho. Quase poderia jurar que quando li "há todo o direito à crítica (...)", descortinei, em jeito de resposta, na cabeça do jornalista que o entrevistou, "há todo o direito a treinar, mas para isso é bom que se saiba do jogo".

Nunca na vida

Sou intrinsecamente contra a possibilidade de construção de um aeroporto em Alcochete. Não que seja amigo do Mário Lino ou de qualquer outro membro do Governo, não que tenha sido eu próprio o autor do estudo que teimosamente defendem, ou ainda que tenha qualquer outro interesse pessoal no assunto. Antes invoco, sem qualquer hesitação ou exagero, o superior interesse nacional. Nunca, em toda a minha vida, senti necessidade de o fazer como agora, o caso não é para menos! Como querem que Cristianos Ronaldos e Moutinhos continuem a despontar na Academia com o barulho de um qualquer Boeing a perturbar tão tranquilo local de aprendizagem? Aposto que Sócrates (o filósofo), Nietzche, Kirkegaard, Foucault, Derrida e Paulo Bento nunca teriam chegado onde chegaram se tivessem os seus momentos de aprendizagem ao lado de um aeroporto. Mudem para o Seixal ou para Gaia, o melhor que pode sair desses sítios é um Yu não-tão-bom-como-o-Yannick Dabao, um não-sei-trivelar-como-o-Quaresma Vieirinha, um Márcio era-o-novo-Maradona-mas-já-não-sou Sousa, ou um Luís treinei-o-penafiel-lembram-se? Castro 2.0 beta.

Quando se fala de televisão a sério...


...nunca é demais referir esta série.

Toca a fugir (e rápido!)

Essa ideia verdadeiramente brilhante que dá pelo nome de Toca a Ganhar continua a trilhar o mesmo caminho de sempre, a mais deprimente e decadente rua da amargura. A categoria é actores e famosos e, na meia hora que orgulhosamente dispendi a ver o programa, e da única pessoa que ousou ligar, ouvi o confiante palpite: Al Capone. "Vamos ver se Al Capone está no quadro (o mundo pára 5 segundos)... OOohh, errou!..." Pois bem. Pouco tempo depois, com apenas 3 (os menos valiosos) dos 12 prémios oferecidos, Liliana Aguiar (um híbrido de Cristina Ferreira e Iva Domingues) despede-se do escasso público, ou seja, eu, num estado de delírio eufórico e no entanto consciente. Ela já viu onde aquilo vai dar, colegas e produção também, aliás, toda a gente que, como eu, não tem mais nada que fazer às 3 da manhã, percebe facilmente que o fim está próximo. Liliana até acaba a dizer algumas privates para os desgraçados que, como ela, só arranjaram emprego naquele horário. É o momento certo, pode assumi-lo: já não tem nada a perder. Se ela quiser aproveitar para improvisar, vestir um fato de palhaço, e treinar variedades em directo como investimento na sua improvável carreira, esta é uma grande oportunidade. Só por masoquismo alguém estará a ver.