23.10.07

Estou fod***, a sério que estou.



Roma 2, Sporting 1. Porca miseria.


P.S. - E o Abel já ia para o Benfica, não?

22.10.07

Fico fod***, a sério que fico.

Se o Sporting não ganhar amanhã em roma, vou ter de tomar medidas drásticas e começar a dizer mal da equipa, coisa que vai contra os meus mais elementares princípios religiosos. E a religião aqui não serve de alusão ao Fátima, não esperem ouvir-me como a 153452ª pessoa a usar a expressão o milagre de... - isso seria ainda mais desinspirado do que o registo habitual deste pseudoblogue. O único milagre que aconteceu no sábado, tanto quanto sei, foi o Celsinho ter jogado a titular. Quem esperava do Ronaldinho do Icarajuandé (ou algo parecido) uma panóplia de elásticos, cabritos, rodas e outras habilidades de circo, teve de se contentar com 5 ou 6 passes mal amanhados ao alcance de um qualquer Fernando Aguiar. Quanto ao restante Sporting B, já deu para perceber que Had é, na verdade, o Chase de Dr House; que Gladstone tem parecenças com o Pepe (tipo cabelo rapado e assim), mas joga como o Hugo; que Farnerud, qual fenómeno sobrenatural, acabará por evaporar-se; que está na hora de Paredes se juntar a Danny Trejo em Hollywood; que Tiago é uma excelente opção para aquecer o banco; e que Purovic tem uma mão a mais do que deveria e dois pés a menos - mas é por essas e por outras que existe um Extreme Makeover no People & Arts.

Amanhã, em Roma, não vai dar para brincar mais ao futebol. É altura de deixar o recreio da Academia e entrar de vez na vida adulta. Não estou para me sentar no café a emborcar finos em catadupa para depois acabar a chorar agarrado à almofada. E muito menos para começar a dizer, tão cedo ainda, para o ano é que é. Isso é que não!

18.10.07

Consultório Musical (por esses balcãs fora)






Beirut - Gulag Orkestar

Consultório Musical (sobre orientação sexual)






Kaki King - Gay Sons of Lesbian Mothers

11.10.07

Alguém conhece um programazinho mais boa onda...


...do que o Miami Ink, no People & Arts?

Consultório Musical (sobre a história da música, em breves capítulos não ilustrados)

I. No princípio existia o nada. Depois surgiram os Radiohead, lá para 1993. Com o primeiro álbum, Pablo Honey, ninguém no seu perfeito juízo apostaria no futuro de um espécie de one-hit wonder algures entre a britpop e um grunge mal amanhado, que cantava dores de amor e angústias existenciais pouco mais do que adolescentes. No entanto, uma ou outra música perdida lá no meio (e no fim, também) poderiam apontar um futuro diferente, menos previsível, mais experimental e progressivo. O one-hit wonder foi, obviamente, Creep, mas a preferida aqui do Professor O. - alter-ego que fala de si na 3ª pessoa e que sabe destas coisas - é Blow Out.


II. Lá para 1995, e apenas à segunda tentativa - que toda a gente sabe que é a mais difícil na música -, ultrapassaram as previsões mais optimistas e apresentaram um álbum pouco menos do que fenomenal, de seu nome The Bends. Aqui, a britpop dava lugar à dreampop e o grunge transformava-se num rock inovador, mais arriscado. As letras abandonavam o estilo angústia existencial adolescente e passavam a angústia existencial adulta - e acima de tudo bem mais poética. Planet Telex, High & Dry, Fake Plastic Trees, Nice Dream, Just, Bullet Proof...I Wish I Was, Street Spirit, é sempre a aviar...


III. Em 1997, quando a angústia existencial ganhou alguma consciência política, e o som, já característico, se cruzou com uma electrónica imaginativa mas nunca excessiva, os Radiohead presentearam os anos 90 com OK Computer, álbum que ficaria para a posteridade como o maior marco musical da década no seu género, e sem qualquer exagero. Expressões como queremos que este álbum seja o nosso OK Computer, ou gostávamos de fazer algo como o OK Computer, tornaram-se recorrentes entre membros de outras bandas em entrevistas por este planeta fora. Se existe alma neste mundo que nunca ouviu Airbag, Paranoid Android, Subterranean Homesick Alien, Exit Music (For A Film), Let Down, Karma Police, Fitter Happier, Electioneering, Climbing Up The Walls, No Surprises, Lucky ou The Tourist - sim, o álbum todo dito assim de enfiada e sem recurso a cábula - então é tempo de fazer uma reavaliação à sua vida e pensar, sinceramente, se deveria continuar.


IV. De créditos já firmados, os Radiohead decidem contrariar a confortável lógica e editar em 2000 o álbum Kid A, no qual a electrónica, sem nunca deixar de ser minimalista, assume um papel principal. As letras são reduzidas ao mínimo essencial, em extensão e em sentido, e tudo o que se ouve por aqui leva-nos à contemplação de um universo futurista, angustiante, alucinado. É, porventura, o álbum mais díficil de Radiohead, especialmente para quem esperava ouvir um Ok Computer 2. No entanto, é também o mais conceptual e cinematográfico e, talvez por isso, o que melhor se ouve de olhos fechados e phones nos ouvidos, da primeira à última música. Se mesmo assim precisam de referências, ouçam Everything In Its Right Place, The National Anthem, a sequência Optimistic-In Limbo, Idioteque, Morning Bell e Motion Picture Soundtrack.


V. Logo de seguida, em 2001, a banda decide lançar Amnesiac, um álbum de canções gravadas ao mesmo tempo das de Kid A, mas que por uma ou outra razão - talvez por se afastarem daquele registo minimalista - ficaram fora desse álbum. Os Radiohead sempre se recusaram a catalogar este trabalho como um disco de lados B, e em certa parte compreende-se: se isto são os lado B de Radiohead, então os Radiohead B também fariam parte das nossas bandas preferidas. Momentos sublimes como Pyramid Song, Knives Out, ou Life In A Glasshouse seriam, provavelmente, as melhores músicas de muitas outras bandas já consagradas, mas quando a bitola está tão alta... No mesmo ano lançaram ainda o álbum ao vivo I Might Be Wrong, que basicamente serviu para que tristes pessoas como eu - que nunca os tinha visto ao vivo, a cores e a sons - pudessem ter um cheirinho da coisa (problema entretanto resolvido).


VI. Chegados a 2003, os Radiohead são uma banda que já nada tem a provar, e mesmo editando um excepcional Hail To The Thief, já não conseguem surpreender. E as razões são simples: o facto de o terem feito em cada álbum anterior afastou a possibilidade de uma nova surpresa, além de que já toda a gente esperava que o nível se mantivesse alt(íssim)o. Ainda assim, 2+2=5, Sit Down. Stand Up, Sail To The Moon, We Suck Young Blood, I Will, A Punchup At a Wedding, Scatterbrain e A Wolf At The Door são puro deleite para os ouvidos. A posição de Radiohead no panorama musical já não tem grande discussão, quer entre público minimamente informado, quer entre pares: são os maiores!


VII. O ano é 2007. Os Radiohead acabam de gravar novo álbum, In Rainbows, mas não têm editora. Não há crise, põe-se na net para download ao preço que se quiser (inclusivé zero), que é uma atitude bonita e não desilude ninguém - excepto as editoras que ficaram a chuchar no dedo. Apesar de já o ter sacado, só ouvi 3 músicas, pelo que ainda é cedo para fazer qualquer tipo de observação. Para os que já começam a ter opinião formada, façam o favor de partilhar de modo a encerrar este capítulo. A minha aposta vai para mais um álbum brilhante, mas futuramente subvalorizado pelas mesmas razões de Hail To The Thief - suponho que isso sejam apenas as agruras de todos os percursos de excelência, mas com isso podem bem as nossas vidas...

P.S. - Sim, gosto bastante de Radiohead e talvez este post esteja um bocadinho, mas só mesmo um bocadinho, exagerado.

9.10.07

Eu bem tento, mas não me deixam em paz...

Um leitor anónimo, devidamente (des)identificado e ao qual paguei duas bjecas, diz-me que a bola já voltou a rolar desde o último post e que portanto terei de escrever mais. Primeiro, deixem-me dizer-vos que se alguém me põe um comentário num post sobre futebol sem me chamar palerma ou qualquer coisa do género, então sinto que não estou a cumprir a minha missão. Sim, é verdade, eu tenho uma missão: eu sou principescamente pago pelo Carlos Freitas para converter toda a gente ao Sportinguismo e castigar os que não o fazem. Mas não seria preciso pagar, eu cumpriria de qualquer modo. Considerem-no um chamamento, se quiserem. Eu sou humilde o suficiente para me sentir como Jesus Cristo nestas coisas. Mas que poderei dizer eu sobre a actualidade do futebol indígena? Que o Porto lá vai ganhando miseravelmente e assim continuará? Que o Benfica parece uma coentrada de cebola, se tal conseguirem imaginar? E que o Sporting, apesar de jogar como um Ajax dos tempos do Cruijff, não ganha tantas vezes quanto deveria? Não, não vou por aí, até porque não seria verdade. O Porto, sei-o de fonte segura, está prestes a perder 8 jogos de seguida e o Benfica deixa um hálito pior. Quanto ao Sporting, tempos de glória virão, não sei se ainda na minha vida, mas continuarei sempre a acreditar. Em questões de fé, sei não damos hipótese: ganhamos sempre 10-0.

4.10.07

Se continuam assim ainda vão ter de aturar o Peseiro

Passada a fase de euforia, os encarnados começam a perceber que o regresso de Camacho à Luz não será o glorioso passeio que as previsões mais entusiastas poderiam indicar. E quem sou eu para julgar? Nestas coisas de previsões sou cada tiro, cada melro que acerto ao lado. De facto, sou de tal modo pouco perspicaz e intuitivo em relação a tudo e a todos - eu incluído -, que o facto de continuar a escrever enquanto desenvolvo este inútil raciocínio mergulha-me num profundo dilema existencial. Suponho que o benfiquista que acreditou piamente em Camacho se sinta na mesma situação: apetece continuar a acreditar no homem, isolando-o de todo o caos que tem sido o benfica, mas ao mesmo tempo começa a evidenciar-se que Camacho também não é Aquele treinador. Mas a ter culpa, em boa verdade, tem-na pouca. Quando o melhor jogador da equipa é alguém a quem um dia ousaram apelidar de Cebola, não há muito mais a fazer. A razão para tal apelido, reza a lenda, é o facto de fazer chorar os adversários com as suas fintas, o que me leva a supor que se o tivessem apelidado de Feijão Preto, seria por provocar brutais ataques de flatulência. Mas não é tudo! Lembrem-se que o Cebola era um jogador que estava na mesma situação de Bueno no PSG: primeiro sem jogar, depois sem o quererem, e por fim dispensado ao melhor estilo trata-lá-tu-de-arranjar-um-clube. Portanto, meus amigos benfiquistas, o caso é mesmo grave. Gravíssimo. Mas não pensem que fiquei feliz com a derrota do benfica, não sou desses. Por outro lado, também não faço parte dos ridiculamente patriotas. Sou mais do estilo interesseiro, puro e duro. Quero pontinhos para o ranking da Uefa e que o benfica se canse muito, nada mais. A única coisa que me deixa feliz por esta derrota é poder escrever um post e ver um qualquer imigrante ucraniano sobrequalificado, explorado até à exaustão por um qualquer patrão, enfrentar 6 milhões de portugueses - ou 20, como diria Adu - com um sorriso trocista nos lábios - e esta simpatia repentinamente revelada pela ucrânia e seus descendentes é só para mostrar que até tenho um coração. Quanto ao Porto, parabéns, do fundo do meu carácter interesseiro.

3.10.07

Bem vistas as coisas, isto foi quase como ganhar a própria Liga dos Campeões

O Sporting venceu o Dínamo de Kiev, fora, por 2-1. Sim, leram bem. Bem sei que é difícil de acreditar. O Sporting nos últimos tempos sofre tanto, mas tanto, tanto, para ganhar um pontinho que seja, que o facto de ter conseguido uma vitória histórica neste momento foi como se cada jogador tivesse feito três viagens de ida e volta a Fátima de joelhos, carregando aos ombros todo o peso de - por exemplo - um maldito 3-6 em Alvalade. Já têm uma ideia do sofrimento que foi? Ainda assim, lá conseguimos, com um golo de Polga - provavelmente, o melhor central do mundo e até de Portugal (sim, foi de propósito) - e outro de um tronco de madeira que apareceu na pequena área ucraniana. Se isto não roçou a improbabilidade...

P.S. - Polga, pela milésima vez, e Stojkovic, pela primeira, foram os melhores em campo.